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EPÍFITAS

2021 - 2022  Escultura

Pesquisar por plantas que sempre estiveram no meu convívio diário com a natureza me revelou esses seres vegetais especiais que dependem da socialização entre si, ou com outros, como com os minerais, para poder sobreviver. Sem nada parasitar daqueles que lhe oferecem suporte, as plantas epífitas necessitam do companheirismo. A série Epífitas deseja chamar a atenção para o que pode ser socialmente amigável.

 

Cerâmica fria; dimensões variadas.

 

Fala Conchas e outros seres de aparência marinha com arqueólogo no OceanUni do TBA21-academy, 2022. Coleção Trilogia da Água no Ocean-Archive do TBA21-academy, 2022.

PRANCHAS DE SUMARÉ

2021 - 2022  Pintura

Nasci na Terra dos Tupiniquins, onde hoje abito. Essa nação Tupi, que usava a palavra “Sumaré” para designar uma ‘orquídea selvagem’. Em Pranchas de Sumaré relembro, através dos meus estudos das primeiras enciclopédias de desenhos da nossa flora, o nome dessa planta epífita que pesquiso. Assim como as orquídeas, que só buscam companheirismo de quem as hospeda, o nome ‘tupin-i-ki’ significa ‘vizinho ao lado’. Em minhas pranchas o nome ilegível estabelece a vontade por borrar a designação científica e estabelecer uma nova conexão com a origem da planta desta que é a Terra Tupi e seus habitantes originários.

 

Acrílica sobre papel de algodão; 42 x 60 cm.

RAMI

2021 - 2024  Escultura

Ancestralidade e continuidade são ideias que me levam a perceber o fluxo de ensinamentos e saberes que interessam meu fazer. Rami na língua italiana é claramente descritivo desses galhos e prolongamentos que me encontram e me seduzem. São continuidades de um fluxo que preservo como fibra e resistência à passagem do tempo e de temporalidades. É exatamente nesse pensamento que ‘rami’, nome de uma das plantas têxteis de fibra longa mais resistentes conhecidas pelo homem, sustenta minha poética: cuidar para o fluxo feminino do cuidado resistir aos tempos.

 

Ramos secos de orquídeas, cerâmica fria; 4 a 40 cm aproximadamente (dimensões variadas).

PASSAGEM

2021 Vídeo

Inaugurando minha expressão nessa linguagem Passagem apresenta-se como uma entrada para um novo mundo, ou como saída de um espaço ainda desconhecido, e explorado no escuro do estúdio. Entre camadas de corpo, trabalho, luz e sombra há nesse percurso temporal o registro de uma reflexão: a inter-relação das coisas e dos seres enquanto ela se faz.

 

Stills do vídeo, duração original 8’40”.

ALGAS

2020 - 2022 Escultura

Uma série de esculturas a partir da reflexão da importância regenerativa das algas para os oceanos. Através de amalgamas e entrelaces de instrumentos de trabalho Algas apresenta a reutilização de pincéis de pintura e outros desdobramentos a partir dessa abordagem de circularidade.

 

Cerâmica fria, pincéis de pintura; 7 x 35 x 2 cm aproximadamente (medidas variáveis).

ATTACCATI

2020 - 2021 Pintura

Durante o tempo mais intenso da pandemia de covid-19, esta série condensou pensamentos de cuidado pelo coletivo humano e mundo natural. Constituída de partes para elaborar o todo, Attaccati ou Atados explora a possibilidade de existência por fragmentos desde que unidos. As páginas se encontravam unidas por atadura farmacêutica durante o tempo da realização do trabalho. Depois de secas, e com as bandagens removidas, apresentam a cicatriz de um período de cuidados pelo qual passamos e o vazio daquilo que um dia existiu na paisagem do planeta.

 

Acrílica sobre papel; 84 x 178 cm.

FAROL

2020 - 2021 Vídeo e Fotografia

A investigação no escuro do estúdio com fontes mínimas e potentes de luz fez de vários objetos de trabalho um mundo atrativo durante o tempo da pandemia de covid19. Enquanto se buscava uma solução para a então situação sanitária, interessada nessa potência de luz, me dediquei a aprender do desconhecido, produzi alguns vídeos ainda inéditos, e fotos, que juntos formam essa nova ecologia.

 

Stills de vídeos, fotografias.

GRAVIDADE

2019 - 2021 Escultura

Além de nomear a força de atração entre os corpos em repouso, como descreve a lei da Física, Gravidade pretende também apontar amálgamas. Diferentes pesos e porosidades se unem para fabular pedras e seres marinhos, pensando terra e água em união.

 

Cerâmica fria e tecido de algodão; 8 x 21 x 12 cm aproximadamente (dimensões variadas).

ESCUTADORES

2019 - 2020 Escultura

Este é um trabalho que ganha mais profundidade à medida que interage com outros trabalhos dentro do estúdio ou a cada momento que entra em contato com o público, quando exposto. Inicialmente chamadas ‘Conchas’ estas esculturas cumpriram, junto a quem as pode manipular, o papel de serem carregadas até os ouvidos como quem quer escutar algo. Diante do público, mesmo com a separação de vitrines de exposição, Escutadores foi trabalho propulsor de algumas narrativas espontâneas. Dentro do grupo de pesquisa das ancestralidades, das conexões com tradições femininas, e de roda, a série Escutadores é mediadora de trocas e expansão para o coletivo.

 

Cerâmica fria; 9 x 22 x 13 cm aproximadamente (dimensões variadas).

MAPPA

2019 Desenho

Esta série se desenvolveu a partir da orientação do corpo no espaço através da memória de caminhos e lugares que percorri durante minha residência artística no ‘Hangar Lisboa’, em Portugal. O primeiro nome que estes trabalhos receberam foi ‘Mapas de Perdição’ por captar o momento dos processos que me interessava desenvolver na residência. Internalizado o caráter da busca que tracei, escolhi um nome em italiano por seu gênero feminino.

 

Acrílica, nanquim, carvão, grafite sobre papel; 100 x 100 cm.

OLÍSIPO II

2019 - 2020 Pintura

A experiência de residência artística no ‘Centro de Investigação Artística Hangar Lisboa’ instaurou uma diferente lente de olhar para o mundo. O encontro com o horizonte de água e a linha da paisagem marcaram meu interesse nessa convivência na cidade. Mas não só, em Olísipo II, a luminosidade das cores também redimensiona o espaço das telas, em particular.

 

Acrílica sobre tela ou linho; medidas variadas entre 40 x 30 cm até 140 x 100 cm aproximadamente.

FÓSSEIS

2018 Desenho e Escultura

O desejo pelo contato está expresso por toda esta série. Os processos para a construção dos trabalhos pressupõem o toque com os objetos escolhidos, seja para a frotagem em papel ou no decalque da arquitetura e natureza. Ser sensível ao entorno e coabitar o espaço pelos sentidos traz o tato como instrumento de orientação espacial. Diante dos achados, a investigação através daquilo que está ausente aproxima tempos e narrativas ancestrais circulares.

 

Grafite, giz, sobre papel; 59 x 42 cm e Cerâmica fria; 3 a 6 cm circ. aproximadamente (medidas variadas).

CIRANDAS

2018 - 2023 Escultura

Processos voltados para a manualidade aceleraram meus estudos sobre a ancestralidade; ou talvez, meu interesse pelas narrativas ancestrais tenha me aproximado mais facilmente das manualidades. De uma maneira ou de outra, a roda da ciranda encontrou seu espaço no meu fazer para expressar claramente esse saber que não tem começo nem fim, que se abre para inserções e para o coletivo. Ciranda também explora a sonoridade das peças de cerâmica que agrega quando rodada nas mãos.

 

Lã e cerâmica fria; 8 x 32 cm diam. aproximadamente.

TÁBUAS DO MAR

2018 - 2019 Escultura

Estes teares propõem uma conversa fluída entre o grid do mapa, o fazer ordenado das mãos que tecem, as trajetórias lineares ou não das linhas e da lã, e a tensão ou relaxamento dos gestos de quem trabalha esse instrumento.

 

Cerâmica fria e lã; 30 x 30 cm.

ARTÉRIAS E ENTRANHAS

2018 Escultura

O nome de força desta série se apresentou nos primeiros objetos que manipulei como escultura. Artérias e Entranhas aborda o feminino ancestral, e o fluxo do fazer e do cuidar. Através de processos que marcam a presença e a ausência, o saber e o não-saber, há com frequência incompletudes nas formas que precipitam a continuidade da investigação.

 

Cerâmica fria, agulhas de tricô; 7 x 35 cm e 2 x 5 cm diam. aproximadamente (medidas variáveis).